Texto: Sobre as palavras que escrevo


Nem tudo que escrevo é sobre mim, nem tudo que escrevo é sobre a realidade. As vezes gosto de criar situações que eu não vivi na vida real. Imaginá-las me dá uma certa esperança de algum dia talvez elas possam acontecer. As palavras digitadas podem ser minhas, mas elas acabam virando suas ou nossas palavras. A diferença é que eu soube expressá-las do modo certo, e usar as palavras adequadas para tentar expressar os pensamentos de um coração que sofre tanto como qualquer outro. Nunca ache que sabe de tudo pelo que lê ou pelo que ouve de alguém. As coisas são tão diferentes internamente que as vezes acredito que as palavras sejam apenas uma alternativa de tentar mostrar tudo que tem dentro da gente. Você pode tentar me entender através de minhas palavras, e pode até fazer suposições mas nunca saberá de verdade senão estiver comigo pelo menos 8 horas do seu dia. 

Quantas vezes já escrevi textos pensando estar amando e no final não ser nada daquilo que eu pensava? A verdade é que eu não quero saber o que é o amor. Talvez eu não tenha saber, eu só tenha que sentir. E se eu me sentir feliz e completa com isso, talvez o resto faça sentido. Algumas linhas aleatórias dos textos da minha vida podem não fazer sentido nenhum. É uma complexidade que somente eu posso entender. São peças que tentam se encaixar mas não se juntam completamente porque falta a peça mais importante de todas. A peça para formar a figura que meus olhos tentam mostrar toda vez que encontram os seus. Posso dizer que alguns textos são bem reveladores, e não me importo com isso. Deixo os sentimentos saltitando das linhas para que elas possam alcançar o coração de quem está do outro lado passando os olhos sobre aquelas palavras. 

Se você prestar atenção, meu coração é uma bagunça só. Ele nunca sabe o que quer, mesmo sabendo que algumas coisas são melhores pra mim. Ele apanha e nunca aprende. Parece que não cansa. Te deixo adivinhar o que é real, o que é fantasia ou o que é realidade inventada. Estou perdida mas ao mesmo tempo sei exatamente onde estou. Continuo dividida entre uma mente racional e um coração bobo, continuo fantasiando coisas que podem nem acontecer mas que não me impedem sonhar. E principalmente continuo escrevendo sobre as coisas que acredito, penso, sinto e vejo. Se é verdade, se é real, se é parte do mundo dos meus sonhos, não importa muito. O que importa é o que essas palavras significam e fazem por você, por ela, por nós. O que importa é saber que em alguma linha sobre algo toquei seu coração e ele lá no fundo se emocionou.

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