Texto: Minha própria inimiga


Um dia desses escrevi a frase " Minha pior inimiga sou eu mesma" e talvez quando a escrevi não percebi o quão forte é significado da mesma. Me tornei minha própria inimiga dentro da minha cabeça e o ringue estava feio. As coisas estavam desmoronando lentamente enquanto eu ficava cada vez mais perdida no meio de ruínas que eu nem sabia direito porque haviam sido derrubadas. Fiquei vagando por ai, sem ao menos saber o que fazer, o que decidir, o que ser ou o que esperar de mim mesma. Não havia uma solução fácil e visível a minha frente. Eu sabia que tinha que tomar alguma atitude, que tinha que mudar as coisas, mas como fazer isso quando não se sabe exatamente como? Dentro de mim era o pior lugar para se estar e acredite quando digo que você não gostaria de ter trocado de lugar comigo enquanto estou assim. A coisa estava tão doída que eu desejei sair de mim por apenas alguns momentos, desejei que tudo parasse por apenas alguns minutos, desejei que as coisas se acertassem de algum modo. Queria observar tudo de algum lugar que não pudessem me alcançar, gostaria de estar em algum lugar que não fizessem ideia de quem sou, que me desse a sensação de que eu poderia me encaixar e encontrar meu lugar mesmo que fosse provisoriamente.

Eu ainda não me encaixei, ainda não me senti parte de algo. E isso me consome. Me faz perder o equilíbrio, me faz perder o pouco de razão que tenho resultando em um caos interno que assusta qualquer um que chega perto demais. Como reconstruir as coisas quando tudo está em ruínas? Por onde começar quando tudo que se mais quer é correr até cansar? Por onde começar quando tudo que se mais quer é se isolar em algum lugar que ninguém pensaria em te encontrar e chorar até as lágrimas cessarem?Quero ficar sozinha com meus pensamentos em algum lugar que me traga um pouco de paz, pode ser por apenas alguns segundos ou minutos. Eu só quero poder respirar sem todo esse peso dentro de mim que parece querer me afundar a qualquer momento que eu resolva ceder. Se eu deixar ele vai me levar pra baixo, e se isso acontecer não sei se terei forças suficientes para subir até a beirada de novo. Parece mais fácil agora apenas se jogar, largar todas as minhas esperanças, meus sonhos e admitir que as coisas simplesmente não vão acontecer, mas por algo muito bizarro que eu nem ao menos identifiquei o que é ainda eu ainda acredito que algo vai acontecer e me fazer passar dessa fase. 

Me fazer passar por isso e me mostrar que valeu a pena não ter desistido. Eu não consigo enxergar isso agora mas talvez eu nem tenha que enxergar. Só tenha que continuar acreditando, seguindo, aguentando e crendo que o futuro vai me compensar. Sorrindo mesmo sem querer sorrir de verdade, tentando mesmo sem querer de verdade e crendo mesmo sem botar fé. É assim que se segue quando se tem cicatrizes demais, dores demais e com as minhas eu lido da melhor forma. Vou levando, vou dando meu jeito e torcendo para que as coisas lá na frente finalmente mudem.

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