Livro: O Pesadelo
Autores: Lars Kepler ( pseudonimo de um casal)
Ano: 2012
Páginas: 448
Editora: Intrínseca
Nota: 4 de 5
Quem acompanha minhas resenhas sabe que eu comecei a me apaixonar por livros de suspense e thrillers psicológicos tem pouco tempo e até agora tenho gostado muito da experiência. Nunca tinha ouvido falar desses autores ( é um casal sueco que escreve) e nem do livro em si. Mas quando li a sinopse do mesmo, fiquei empolgada com tudo que foi descrito. E iniciei a leitura do mesmo com altas expectativas que foram atendidas quando terminei a história e fechei o livro. Pra mim, durante a leitura senti uma sensação diferente dos outros livros do gênero que li. Vou tentar explicar. Esse livro apesar de ser bem escrito e ter uma história bacana, não chegou ao ponto de tirar meu fôlego nem imaginar o que aconteceria, o que me causou apenas uma curiosidade para avançar pelas páginas e tentar entender o que estava acontecendo.
A leitura não é cansativa mas existem muitos detalhes de negócios de armas específicos da Suécia onde os autores moram. Isso não atrapalha em si a história que foi muito bem desenvolvida e um ponto para os autores que conseguiram pegar vários detalhes e elementos inserindo-os de uma forma elaborada durante a leitura. Fiquei sabendo depois que li, que esse é o segundo livro do detetive Joona Lima, o personagem principal que investiga o crime nessa história, o livro anterior "O Hipnotista" foi muito elogiado e criticado. Joona Lima ( que pelo nome demorou pra que eu entendesse que era um homem) é um detetive que investiga mais um caso estranho. Um assassinato e um suicídio. O que os dois teriam em comum? Nada, ao que parece de primeira vista. Mas conforme os fatos vão se desenrolando muito da história é revelado e conseguimos descobrir que vai muito além de um alguém se suicidar ou uma morte. Joona percebe que está lidando com um assassino experiente e profissional, sabe muito o que faz e é perigoso.
O detetive é famoso por captar pequenos detalhes, aqueles mínimos sabe? Que ninguém dá importância ou que ninguém acha que levará nada por ser insignificante. O detetive consegue de uma forma talentosa e até assustadora ligar pontos e unir fatos que parecem não se interligar. É como uma fila de dominós, cada vez que o detetive derruba um, outra coisa aparece e somos levados a um história completamente atraente. Apesar de se tratar de um personagem bom, bem construído e a história ser excelente confesso que muitas vezes fiquei entediada com pequenas partes. Por isso mesmo o livro não levou 5 estrelas e ficou na lista dos meus preferidos. Mas mesmo isso não atrapalhou o ritmo da história e nem me deixou gostar de tudo que li. Os autores sabem como desenvolver a história deixando detalhes em aberto que vão ser trabalhados e esclarecidos mais pra frente na história. Vale ressaltar também que uma das coisas que mais atraem no livro é como ele é narrado de vários pontos de vista e não se perde. Dessa forma, conseguimos mergulhar melhor dentro da história e entender o que está acontecendo sem se perder completamente e mantendo o ritmo. O fato é que o livro não te deixa pensar no que vai acontecer, apenas vai contando a história para que você acompanhe e descubra as coisas no ponto certo. Um thriller psicológico de suspense que foi muito bem trabalhado em seu desenvolvimento e suas características pequenas.
Demorou um tempo para que eu entendesse o que a história tinha a ver com o título do livro, mas quando foi revelado só pude dar parabéns para os autores que souberam mesmo escrever uma história com um ar mais policial e intrigante de uma forma que não ficasse chato nem entediante em nenhuma parte do mesmo. É interessante como eles conseguiram ligar tudo da forma certa, sem deixar lapsos no meio e em meio a várias narrativas diferentes dos personagens. Nada ficou sem explicação ou passou sem que entendesse o que estava havendo. O Pesadelo é um livro primoroso, bem escrito e desenvolvido que quase ganhou lugar nos meus favoritos mas faltou algo. Recomendo muito a leitura a todos que querem uma história de investigação intrigante e diferente. Um livro excelente.
" - Parei de acreditar em coincidências no que diz respeito a esta investigação." - página:173
"Mas este instante é como o momento logo após uma apresentação, quando a última nota morre, a plateia continua fascinada e a ovação está prestes a começar." - página: 432
“O medo não é constante. De vez em quando há espaço para o pensamento racional. É como eliminar um barulho irritante para descobrir um lugar silencioso em sua cabeça, o que lhe dá uma noção clara de sua situação. Então o barulho recomeça e seus pensamento correm em círculos até que o único ímpeto é correr." (Pág. 61)
“Ver o corpo morto de um ente querido é impiedoso – o maior medo de todos. Os especialistas dizem ser um passo necessário no processo do luto. Joona lera que assim que uma identificação é feita há certo tipo de libertação. Não é mais possível sustentar fantasias de que a pessoa ainda vive. Esses tipos de fantasias e esperanças levam apenas a frustração e vazio." (Pág. 65)
Após conquistar os leitores em O hipnotista, o detetive Joona Linna está de volta em O pesadelo. Best-seller internacional, o thriller policial de Lars Kepler foi aclamado por público e crítica em dezenas de países. Agora, o autor nos deixa sem fôlego com um novo quebra-cabeça, cujas peças o detetive mais carismático, intuitivo e obstinado da Suécia precisa encaixar.Tudo começa quando a polícia descobre o corpo de uma jovem dentro uma lancha à deriva no arquipélago de Estocolmo. Seus pulmões estão cheios d’água e os médicos legistas afirmam que ela morreu afogada. No entanto, o barco está em perfeito estado e o corpo e as roupas da mulher estão secos. No dia seguinte, um alto funcionário do governo sueco aparece enforcado em seu apartamento. Ele flutua no ar enquanto uma enigmática música de violino ressoa por todo o ambiente. Tudo indica que foi suicídio, mas o salão tem pé-direito alto e não há nenhum móvel em volta no qual ele possa ter subido.
Encarregado de desvendar os dois mistérios, o detetive Joona Linna tenta estabelecer um vínculo entre esses acontecimentos que, à primeira vista, não têm relação. Ao descrever o curso vertiginoso de eventos para os quais a lógica é um mero prelúdio, o mais assustador em O pesadelo não são seus crimes horripilantes, mas a psicologia obscura de seus personagens, que mostram como somos todos cegos a nossas próprias motivações.
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