Texto: Um vício chamado você


Eu repeti tantas vezes pra mim que daria certo que acreditei cegamente que daria. Fiz disso uma verdade e tapei meus olhos para aquilo que estava bem na minha frente. Que merda. Por que eu perdi tanto tempo contigo? Se eu repassar todos os momentos, todas as lembranças não vou conseguir entender o que exatamente me mantinha perto de ti. Desde que nos conhecemos, desde que nos beijamos, desde que as coisas mudaram e até agora eu não soube entender o que realmente houve. Você mudava tão rápido comigo que eu não conseguia acompanhar o ritmo, não sabia lidar com você. Fiquei sobrevivendo dos momentos bons que passamos lá no começo, mas quando parei pra pensar me dei conta de que nenhum dos momentos atuais contigo foi bom. 

Eu insistia, você ignorava. Eu perdoava, você fingia. Eu dava outra chance, você errava. Eu me explicava, você nem ligava. E de novo. De novo. De novo e de novo. Não estava claro a merda que você estava fazendo comigo? Não estava claro o quanto era fácil darmos certo, mas você só conseguia cometer erro atrás de erro? E nem sabia pedir desculpas por isso.

Já tinha dito tanto e mesmo assim ainda tinha muito mais pra te dizer nesse momento. Pensei em me abrir, pensei em despejar tudo que tem aqui dentro. Pensei que assim você me entenderia melhor e tudo isso se resolveria. Desculpa atrás de desculpa, e assim você nem me deixou tentar direito. Nem me deixou falar. Nem deixou fazer nada usando sua ironia e seu ego pra me fazer me sentir mais boba do que de costume. Me condenando, me culpando internamente por ser tão idiota. Ai de repente, você me dizia que eu estava certa. Ai de repente você me dizia que tudo iria se acertar e que não me queria longe. Ai de repente você soltava elogios carinhosos e sumia só pra depois vir apontar meus defeitos e dizer que eu não compreendia ou que eu que tinha sérios problemas. E eu me culpei tanto. Acreditei que o problema era todo comigo e isso me fez tão mal. Mesmo assim eu ainda estava ali, te xinguei, te mandei tomar naquele lugar e prometi que nunca mais falaria contigo. Disse que nunca mais queria saber de ti, que não passaria na mesma calçada e que você devia fingir que não me conhecia. Bom, não tenho mais dedos nas mãos pra contar quantas vezes fiz isso só pra dias depois voltar a conversar contigo ou responder uma mensagem tudo como se nada tivesse acontecido porque não conseguia deixar você ir.

Quis tanto acreditar em nós. Em algo que envolvesse você e eu.  Quis tanto, que acreditei por nós dois, por você e por mim já que você não demonstrava metade do que dizia. E era ai que estava o problema. Uma pessoa só não bastava, não importa o quanto eu estivesse disposta a ignorar seus erros, a dar mais chances, a compreender. Nunca daria certo, nunca teria dado certo. Vi um futuro que você não viu. Imaginei momentos que você nem sequer pensou. Planejei coisas contigo que só ficaram em pensamento. A gente poderia ter dividido tanta coisa, poderia ter rido, se abraçado e trocado mais carícias. Poderia ter sido tão fácil, mas você escolheu complicar tudo trazendo dor pro meu lado. Trazendo mágoa, frustração e aquela sensação de " não me importo com nada".  Oficialmente, faz  apenas um dia que me desvinculei de você e só consegui chorar agora. Pior que eu nem sei exatamente do que sinto falta e aquela sensação incomoda de voltar a falar contigo ainda está aqui. Eu combato ela com todas as suas mancadas me lembrando da falsa sensação que você me proporcionava. Preciso me libertar de você, de uma vez por todas. 

Você era minha droga. O pior tipo delas. Daquelas que você tem várias recaídas, jura largar mas sabe que é mais duro do que imaginava. Entrei em reabilitação intensa. Preciso desviciar de você. Preciso te tirar do meu organismo, da minha mente  e do meu coração. Preciso me desintoxicar. As chances esgotaram quando forneci tudo que podia te oferecer. Quero largar esse vício do mesmo jeito que um viciado quer voltar a viver. Quero voltar a sentir alegria ao lado de alguém de novo. Quero parar de chorar tanto e sorrir mais. Quero me livrar da droga que é estar contigo.

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