Texto: Apenas o que eu precisava


A temperatura está caindo e sinto tudo esquentar ao meu redor. Não sei bem o que está acontecendo e talvez nem tenha que saber. Fiz algum tipo de promessa provisória de que aproveitaria as coisas como elas devem ser aproveitadas por pelo menos alguns momentos e aqui estou eu. No meio de tantas pessoas passando por mim e nem parecendo me notar. Com uma música de sucesso estrondosa tocando no último volume, uma aglomeração que eu nem curto tanto. Talvez eu não em encaixe nesse tipo de ambiente. Pessoas que beijam outras sem motivo específico em que as vezes trocam telefone e as vezes simplesmente desaparecem segundos depois de terem beijado aquela pessoa. Quando foi que tudo mudou e aconteceu rápido? Ainda busco e procuro os sinais da conquista. Aquela conquista gostosa que a gente fica tão animada por estar acontecendo, aquela conquista que empolga sabe? Que te deixa nervosa sem nem ao menos saber o que fazer ou pensar. Não encontro isso. Nem sei se isso ainda existe. As pessoas querem algo rápido, passageiro que não as comprometa ou traga mágoas e enquanto isso eu vou passando por elas desejando que talvez exista alguém que pense um pouco como eu. Não devo ser a única a sentir essa necessidade. 

Ansiar por algo verdadeiro, por um envolvimento e por uma profundidade.  Quero acreditar que por mais que as coisas tenham mudado as pessoas ainda se importam uma com as outras. Quero acreditar que as pessoas ainda querem sentir e quero ainda mais crer de que tudo isso vai fazer valer a espera que me encontro. Estou me movendo, insegura sobre como devo proceder, sobre pra onde devo olhar. Dizem que não se deve procurar pela pessoa, que deve se apenas viver e no momento certo ela aparece. Aparece onde? Aparece como? Desculpa, mas quero mais detalhes. Não dá pra me dizer só isso e me deixar com uma falsa esperança dentro do peito. A maioria das pessoas foge do envolvimento por medo da dor, mas eu não. Eu já estou acostumada com essa sensação de dor, na verdade ela já meio que se tornou uma amiga. Aprendemos a conviver uma com a outra e quando ela aperta tenho meus modos de aliviar a agonia que me encontro. Aprendi que tudo na vida pode te causar dor, os riscos são enormes e por mais que você fuja de tudo ao seu redor isso não te privará de senti-la muito menos de conviver com ela. Então, eu aceito bem a dor. Sei dos riscos, sei bem do que posso passar.  Não quero perder mais tanto tempo, quero viver o máximo de coisas que puder, quero amar o máximo que puder e quero ser amada de volta. Quero ir há algum lugar que eu possa chamar de meu. Um lugar que eu possa fechar os olhos, respirar fundo e sorrir porque pela primeira vez na vida meu coração estará tranquilo. Não estou satisfeita. Quero mais do que a vida me oferece, quero mais pra aproveitar. Eu sou movida a isso. 

Então quando seus olhos encontraram os meus, talvez você tenha percebido isso. Talvez tenha sentido que sou feita de muito mais do que as pessoas ao meu redor. Talvez por um momento eu tenha deixado de lado todas as minhas vontades e aproveitado que você apenas quis sentir esse momento. Esse beijo. Essa sensação. Aproveitar o calor que senti quando sua mão se aproximou da minha cintura. O conforto que meu coração sentiu quando seus lábios tocaram os meus e o momento em que esqueci todos esses pensamentos enquanto você me beijava sem pensar em mais nada. Foi apenas isso. Foi apenas uma vez e foi o que eu precisava naquele momento.

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